Desde as décadas de 1960 e 1970 a presença de jovens na música e no teatro amador é uma constante na cena cultural brasileira. Muitos artistas profissionais de sucesso na atualidade são oriundos deste movimento. Nos últimos anos os grupos de dança, capoeira e hip-hop também passaram a despertar um maior interesse da juventude.
No inicio da década de 1990, diversas ONGs em Sergipe e em outros lugares do país perceberam o poder que as diversas linguagens artísticas têm para aglutinar, dar sentido à vida de milhares de crianças, adolescentes, jovens e prepará-los para uma melhor inserção no mercado de trabalho como artistas, técnicos, produtores, gestores ou para agregar competências e habilidades a outras escolhas profissionais.
Nesta época, surgiram nos grandes centros urbanos as ONGs que colocam a arte e a cultura em primeiro plano, diferente das demais que utilizam isso somente para ocupar o tempo livre de crianças e adolescentes e/ou para transmitir mensagens educativas relacionadas às questões de direitos humanos, saúde, gênero, etnia, meio ambiente etc..
As ONGs que foram denominadas “ONGs da Cultura” pelos especialistas do assunto constituem a quarta geração e pode ser diferenciada das precedentes pelo foco em cultura como fundamento do trabalho, ação local e pela produção de gestores locais. Dentre muitas podemos destacar o Afro-Reggae do Rio de Janeiro, o Projeto Axé e o Cria de Salvador, o Cenap (Programa PIPA) do Recife e a Edisca de Fortaleza. Estas não utilizam a arte somente como meio, mas a percebem como meio e fim.
A primeira “ONG da Cultura” em Sergipe desse tipo, criada a partir do desejo de artistas, educadores e produtores culturais da periferia, e então oficializada em 13 de Agosto de 2004. Tem como missão e fim institucional criar condições e oportunidades para que crianças e jovens possam desenvolver plenamente o seu potencial como pessoas utilizando programas culturais com conscientização cidadã.
A Ação Cultural foi gerada a partir da Rede PROVAI (Rede de Agentes do Programa de Iniciativas Culturais) e, além de prosseguir nos esforços conjuntos com outros grupos e entidades para sensibilizar os formadores de opinião e gestores, com o intuito de obter um maior apoio e incentivo para a arte da periferia, buscará também captar recursos humanos, materiais e financeiros para fomentar a produção cultural e democratizar o acesso a (in)formação.
Esse trabalho resultará num produto artístico de melhor qualidade e possibilitará, conforme comprovado através de pesquisas, o aumento da auto-estima, a diminuição dos índices de violência nos bairros, o fortalecimento dos laços identitários, a melhoria da aprendizagem escolar, a formação de profissionais para o mercado de trabalho da cultura e áreas conexas, etc.
A sua diretoria é composta por pessoas envolvidas com trabalhos de arte cidadania em diversas comunidades, como o Professor Zezito, o qual quando estudante participou durante o período de 1989/96, do Projeto Reculturarte (bairro América), e que nos últimos anos assessora projetos e grupos culturais da periferia, como o da bailarina, atriz e diretora Lucy Paixão, da Cia. de Dança Rick di Karllo, que trabalha com crianças, adolescentes e jovens do Conjunto Eduardo Gomes. Outro integrante da diretoria é Dênisson dos Santos, produtor cultural e ator com diversos trabalhos apresentados em escolas, salão de igrejas, praças e em teatros da capital e do interior.
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